Gilvan de Souza

Absurdo explicável

Estou perplexo ante tanta maluquice.
Com orçamento pra lá de um bilhão e duzentos mil reais, salários astronômicos pagos religiosamente em dia, estrutura de primeiro mundo, disputando com reais possibilidades os títulos das três principais competições do calendário, saindo de uma virada espetacular com sabor especial para o torcedor, o Flamengo – que deveria estar no céu – se vê diante de um tiroteio insano, incompatível com o momento do clube e em total desacordo com os resultados obtidos nas quatro linhas.

Este tipo de desastre não acontece de uma hora para outra. Esta é mais uma tragédia anunciada que poderia ter sido evitada, se tivesse havido um mínimo de sensibilidade para detectar a bronca interna que, com certeza, já vem de algum tempo, entre outras coisas, no evidente desconforto de Pedro.

Não cabe discutir se Pedro tinha ou não razão. O fato é que, o lado negativo de se ter um elenco com a qualidade que tem o Flamengo, é a absoluta necessidade, principalmente do treinador, em administrar as vaidades e manter o bom ambiente.
O ocorrido em Belo Horizonte, para quem vive o dia a dia, a intimidade do futebol rubro-negro, já poderia ter acontecido. Ao invés de agir como bombeiro, Sampaoli soprou o fogo. O truculento amigo e preparador físico, tomando as dores do treinador, carimbou, deu asas, com violência, à falta de competência e sensibilidade do chefe. Que maluquice… inacreditável!!!

A violência foi do preparador físico. A incompetência geradora de toda esta loucura foi de toda Comissão Técnica, em especial do treinador.
Todos deveriam ter sido demitidos, por justa causa.
Para os que pensam que esta atitude poderia degringolar o até aqui construído nas três competições, já retruco com dois argumentos:
1 – O perigo é, exatamente, empurrar a sujeira para debaixo do tapete. Ela continuará mal cheirosa…
2 – Com este elenco, basta ter um treinador que não atrapalhe. Os nosso gênios estão dentro do campo.