Desabafos perigosos

Emerson Sheik e Rodrigo Caetano.

Emerson Sheik e Rodrigo Caetano.

Esta quarta-feira, promete. Não só pelo jogo contra o Avaí, na Arena das Dunas, programado para às 21h, como também pelos julgamentos de Sheik, Rodrigo Caetano e Wallace. O zagueiro será julgado por jogo violento. Os outros dois, Sheik e Rodrigo Caetano, por ofensas morais, já que, os árbitros que se sentiram ofendidos, carregaram nas respectivas súmulas.

Vamos lá: Rodrigo Caetano, se dirigiu ao arbitro para dizer que a má arbitragem não havia sido por culpa dele, e sim, por culpa de quem o havia escalado. Nenhum palavrão, nenhuma ofensa. Evitar o contato, impossível, na medida em que os profissionais dos clubes ocupam no estádio os mesmos lugares dos árbitros. Entram e saem do campo pelo mesmo lugar. No Maracanã antigo, este diálogo jamais teria ocorrido, pois os árbitros tinham entrada e saída de campo que não cruzava com ninguém. Entravam e saiam pelo túnel único, que ficava na parte frontal às cabines de rádio. Os túneis dos clubes, ficavam abaixo delas. Portanto, o primeiro item, diz respeito à oportunidade. Ora, como alguém que sente o seu time prejudicado pela arbitragem e cruza com o árbitro, sem que tenha contribuído para este encontro, fica calado? Por acaso, estamos falando de seres humanos ou de marcianos? Com todo respeito ao árbitro que se sentiu ofendido, e aos auditores que vão julgar o episódio, o que há de excesso neste diálogo? O que há de desrespeitoso neste desabafo? Acho até que, dadas as circunstâncias, Rodrigo Caetano deveria merecer uma homenagem do tribunal, pela sua elegância, em momento de sofrimento e profundo sentimento de injustiça, já que, o referido árbitro, interferiu no resultado do jogo deixando de marcar dois pênaltis. Por favor, senhores auditores, não contribuam para que o futebol fique mais chato do que já está. O jogador é punido por ir comemorar um momento único, sublime, do futebol, que é o gol, com os seus torcedores. Aí, tome cartão amarelo. Ridículo…

E a lei da mordaça? Como o cidadão pode deixar de ter o sagrado direito de se expressar, se contente não está com determinada situação? Que democracia é essa?

Agora, mais esta. Um diretor de um clube passa a não ter o direito de, educadamente, comunicar a quem de direito, a quem deu causa, à sua insatisfação. Ridículo…

O lance do Emerson, um pouco diferente. Embora, tenha realmente dito no intervalo que, “o juiz é uma merda”, acabou, pela contundência, pela agressividade verbal, chocando algumas pessoas que assistiam ao jogo pela TV. Poderia ter evitado. Talvez, pudesse ter dito: “o juiz é muito fraco”. Provavelmente, ninguém ficaria chocado, embora, tudo seja a mesma coisa em linguagens diferentes. A popular e a comedida. Nestes casos, até para não prejudicar o clube, melhor a comedida.