Peço a atenção dos queridos companheiros do blog para este depoimento de um vascaíno que, me foi enviado pelo meu amigo Marcão, baiano de Vitória da Conquista, e torcedor do Cruzeiro.
De minha parte, fico muito feliz ao constatar que a beleza do futebol bem jogado quebra a barreira da cega paixão clubística e se transforma em poema, como neste caso.
Um time disruptivo para um futebol conservador
Eu, 55 anos, vascaíno e apaixonado por futebol, há alguns anos vinha desinteressado pelo nobre esporte bretão, mais, precisamente, depois do fatídico 7 a 1 no Mineirão.
Nos anos 60 e 70 tínhamos, aqui no Brasil, vários treinadores estrangeiros, como por exemplo: Filpo Nuñez e Raúl Bentancor, sendo este último, treinador do nosso Conquista da década de 60, daquele timaço que tinha Agra, Naninho e Naldo, Isaac, Piolho e Victor. Pois é… meu pai, José Maria Arêas foi conduzido ao cargo de comandante máximo daquele escrete logo após a saída do uruguaio que, por sinal, foi técnico da seleção uruguaia de 1977 a 1979, eita Conquista progressista.
Nesse contexto, a partir da década 90 criou-se, no Brasil, uma reserva de mercado para os técnicos, apoiado por uma parte significativa da mídia. Certo que houve algumas tentativas como foi o caso de Ruedas, Osório, Gareca e outros, mas foram defenestrados nos primeiros resultados negativos, sem, como é de costume, um mínimo de paciência, imagine se o Flamengo demitisse Jorge Jesus quando perdeu por 2 x 0 para o time do Equador? Ou mesmo os 3 x 0 para o Baheeea?
Teríamos sido privados desse show de bola que estamos assistindo o Flamengo apresentar sob a batuta desse gajo com cara de pintor Conquistense, demoliu o futebol de resultado o “joga feio, mas ganha”, mostrou que se pode jogar com competitividade, com intensidade e jogar bonito ao mesmo tempo… salve Jesus!
O “messias rubro-negro”, soube utilizar, diga-se de passagem, o excelente elenco que tem, de forma competentíssima. Outra coisa, cabe também parabenizar a gestão do rubro-negro, eficaz, eficiente e corajosa. Ô inveja…mas, como diz o adágio popular “os bons exemplos arrastam”.
Obrigado Jesus, obrigado Flamengo por me proporcionar, sem o clubismo doentio, momentos de contemplação, esse 5 a 0 em uma semifinal de Libertadores, e contra um gigante como o Grêmio, foi algo para entrar para a história.
Confesso que, como bom vascaíno, tentei secar, mas fui convencido pela razão. Esse sentimento tem menos a ver com a rivalidade e mais a ver com bom senso e com coerência.
Apenas tenho receio que, caso o Flamengo não seja campeão da Libertadores, apareçam as aves de rapina para dizer que está tudo errado, como fizeram com nossas seleções de 1950 e de 1982.
Parabéns Flamengo!
De um vascaíno apaixonado.
Por Eduardo Arêas – Administrador, Professor e Mestre em Bioenergia
Caro Kléber e amigos!
PARABÉNS ao Sr. Eduardo Arêas pelo texto e pela demonstração de caráter. Reconhecer o valor do outro é um gesto humilde e nobre.
Quem nos dera que o clubes brasileiros chegassem ao patamar do Flamengo nas finanças? O FLAMENGO faz história dentro de campo e fora dele. Esse ano o FLAMENGO virou notícia no mundo e em breve disputará a libertadores e Rogamos a Deus que o título mundial seja nosso.
Que o exemplo do Eduardo chegue a alguns apresentadores de programas esportivos, que sem diplomas, arrotam em suas falas as mais esdrúxulas idéias sobre o time pelo qual não tem simpatia, pois, o valor existe apenas para si e para ps seus.
Jornalismo não é uma luz escondida para um ou dois. Uma opinião rompe fronteiras e se propaga. Uma lástima que não se reconheça esse Flamengo milagroso e diferente.
Que outros Eduardos surjam e se convençam do MELHOR. O melhor amanhã pode ser o seu clube de paixão.
Sejamos apaixonados pelo futebol, mas, não sejamos indiferentes com aqueles que jogam futebol como se a bola fosse um doce na boca, ou seja, se deliciando.
SRN a um vascaíno! Todo tempo é tempo de se reconhecer o valor do outro.
Francisco Canindé Targino – o nome já é um poema- querido amigo,
Que lindo!!!
Que o nosso vascaíno amigo, Eduardo Arêas, tenha no seu divino texto a nossa resposta a este especial depoimento, regado a equilíbrio, bom senso, paixão pelo futebol, bondade e bom humor.
Caramba, como é bom conviver aqui com você.Aprendo e me emociono. Obrigado!!!
Caro Kléber!
Muito OBRIGADO!
Cada incentivo seu é recebido por mim como badaladas de sino no meu coração e na minha alma, me despertando para sempre ler seus post, o de todos que aqui comentam e em especial, o de escrever como falo e falar como escrevo. A palavra que que acho mais forte é RESPEITO e quando ela for unanimidade o mundo será bem melhor e quem sabe o futebol também.
Receba meu abraço de GRATIDÃO pelo incentivo. Neste espaço eu me identifico cada vez mais.
SRN
Valeu, Eduardo Arêas
Demonstrar sua admiração pelo atual momento do Flamengo revela a grandeza de seu caráter. Eu mesmo, moleque, em 1963, saí de casa duas vezes para acompanhar a final do Mundial Interclubes. Vi o Santos, no Maracanã, mesmo sem Pelé, mas com Almir, que logo em seguida viria jogar no Fla, vencer duas vezes o Milan, de Amarildo, e se tornar bi-campeão. E como vibrei. O futebol ofensivo, mágico, plástico, sempre terá admiradores. E é bom que seja assim. Srn
Vinícius,
Tenho 33 anos, o primeiro grande time que eu parava para assistir era o Vasco de 1997/1998… Ainda bem que fui muito bem educado por meu pai (rubro-negro apaixonado), pois do contrário poderia ter sido seduzido por aquele super time do Vasco, que também jogava por música.
Diego, eu vi quase todos os jogos do campeonato de 63, inclusive o Fla-Flu épico, da final, com 177.020 pagantes. Mesmo assim, pedi a meu pai para me levar a esses jogos do Santos, que abriu mão de jogar em São Paulo, optou pelo Maracanã, com casa cheia, tão grande era a admiração dos cariocas pelo time do Rei. Valeu a pena.
Parabéns, Eduardo. Texto belíssimo! Podemos adorar o Futebol sem sermos xiitas.
Fiz uma tentativa de assistir Corinthians x Santos por alguns minutos mas desisti.
Estamos muito exigentes, o sarrafo de Jesus está lá no alto…
PARABÉNS ao Sr. Eduardo Arêas pelo texto e pela demonstração de caráter (2 )
Ouvi tanta besteira vindo dos Gaúchos pós jogo, e uma só alma é capaz de lavar de vez, meus ouvidos.
Reconhecer o valor do ”outro” nos faz ainda maior.
Nobre Vascaíno,
um abraço enorme e nobre,
de quem já o admira.
Kleber,
Tenho ouvido de amigos que torcem por rivais que o Flamengo precisa ser campeão para “salvar o futebol brasileiro”… Sei que é exagero, mas evidencia que ninguém aguenta mais as retrancas, o jogo feio e o futebol de resultados.
O interessante é que o Jorge Jesus reclama demais disso nas entrevistas pós-jogo, outro dia disse que apenas três ou quatro equipes jogam para ganhar (entendo que deva ser Flamengo, Grêmio, Santos e Athl.PR); reclama que perde-se muito tempo com jogador simulando lesão; e que é incompreensível não focar no campeonato nacional e colocar time B em semana de jogo das Copas…
Sobre a reserva de mercado, notório que existe! Basta ver as entrevistas dos demais treinadores brasileiros, alguns até beirando a xenofobia – embora estes sempre aceitem convites da China, Japão e de times árabes para ganhar uma boa grana.
Falando da publicação anterior (QUEBRANDO REGRAS), cai por terra, também, a balela de que não pode trocar de treinador no meio da temporada… SE estiver ruim, tem que mudar correndo!!!
Falando em Jorge Jesus, que no dia que ele decidir voltar pra Portugal, que esta seja a FILOSOFIA FLAMENGO na hora de escolher o sucessor… Tem que atacar, tem que ser exigente, tem que jogar futebol!!!
Concordo plenamente que títulos são fundamentais para influenciar gerações. A seleção de 82 muito elogiada pela imprensa, não copiada por técnicos. A seleção de 94 muito criticada pela imprensa, copiada pelos técnicos. O Flamengo precisa mostrar com títulos que está correto na forma de jogar que sempre foi o que pensei em futebol.
Bom dia Egon, Kleber e amigos…
Flamengo na temporada.
Renda Bruta = R$ 74.267.700,81
Renda Líquida = R$ 30.550.182,01
Percentual líquido = 41,14%
Qual a dimensão de um rei ?
Na física fala-se em primeira, segunda, terceira dimensões, etc… Mas qual a dimensão de um rei, de um gigante ? No jogo contra o grêmio falava-se em tradição. Questinava-se a sua força. Esqueceram os distraídos que o Rei reivindicou e retomou a sua majestade e erguido o gigante com seu Urubu-rei em seu ombro provou sua tradicional força. 70 MIL AO SEU LADO e 40 milhoes em sua adoração e os demais em entregues a perplexidade. A espera TERMINOU.
O FLAMENGO voltou a sua real dimensão.
Bem vindo de volta ao trono MENGAO !!!!
Caro Kleber Leite, fiquei lisonjeado de minha crônica ter sido publicado, na íntegra,em seu blog. Agradeço, também, a todos que fizeram menção à crônica e a minha pessoa.
Certamente o Jesus Rubro-negro não livrará os flamenguistas dos seus pecados, mas, com certeza, levará ao paraíso. Que vença o melhor, sempre.
Forte abraço
Parece que no Brasil, país do futebol, se descobriu o dito cujo em 2019. Por acaso veem futebol europeu?