E agora, seu Corinthians?

(Foto: Lucas Uebel/Getty Images)

(Foto: Lucas Uebel/Getty Images)

Acordei cedo e não conseguia tirar da cabeça o absurdo que será se desperdiçar uma rara oportunidade de, no momento em que só se tem notícia ruim sobre futebol, ter um domingo como nos velhos tempos, onde tudo era festa e o povo vivia feliz.  Depois do jogo de ontem, como deixar de colocar em campo no domingo, Guerrero e Sheik? Que retrocesso é esse? Que falta de sensibilidade é essa? Que amadorismo é esse? Está bem e, bem sei, que cabeça de dirigente de futebol às vezes funciona no emocional, e há também um sentimento muito forte de auto proteção. Até aí, entendo. Como entendo que coerência é algo obrigatório e, pelo fato de viver uma conhecida crise financeira, o Corinthians, que teve que se desfazer de jogadores importantes para amainar a crise, definitivamente, não pode ficar insensível a uma oportunidade única de obter uma arrecadação que não esperava. Explico: Se o Flamengo não tiver em campo no domingo, contra o Corinthians, Guerrero e Sheik, o público será um, quem sabe um público de 20 mil pessoas. Com os dois em campo e, depois do que houve ontem em Porto Alegre, duvido que o recorde de público do campeonato não seja batido e, quem sabe, todos os ingressos sejam vendidos. Neste Campeonato Brasileiro, a renda integral é do mandante e, em consequência, domingo, pelo regulamento a renda é toda do Flamengo. Voltando à questão da coerência, como o problema do Corinthians é financeiro, por que não dividir com ele a renda do jogo? Para o Corinthians uma belíssima arrecadação que não estava nos planos. Para o Flamengo, a possibilidade de um domingo mágico em que, com a metade da renda, ainda sairá com mais dinheiro do que jogando sem os dois jogadores e, criando a possibilidade de um domingo único, quem sabe, um divisor de águas nesta procissão que é o Campeonato Brasileiro.

Hoje, já liguei para o meu amigo Andrés Sanches que, segundo dizem, é unha e carne com o presidente atual do Corinthians. Pedi a ele que, em nome do bem do futebol, fizesse ver ao presidente do Corinthians que a coerência pode ser uma bela saída para que ele explique para sua torcida a liberação dos dois jogadores. Também falei com o presidente Eduardo Bandeira de Mello que, inclusive, já havia anteriormente aventado esta hipótese ao presidente corintiano. O meu recado para o presidente Eduardo foi no sentido de não ter vergonha em ser chato, que martelasse até a última gota. Senti o nosso presidente empenhado. Enfim, é isso aí. Se esta batalha for ganha, o futebol vai agradecer. Quem puder ajudar de alguma forma, que não se acanhe…