Entre a cruz e a espada

Rola no noticiário rubro-negro a informação de que pode vingar a estratégia de se poupar os principais jogadores no jogo de quarta-feira, pela Libertadores, para que estejam em perfeitas condições para os dois jogos contra o Fluminense.
Já vi este filme, ou melhor, já participei deste filme.
Lá atrás, quando era vice-presidente de futebol, houve situação muito parecida. A decisão do estadual era contra o Botafogo, também em dois jogos, em dois domingos e, o jogo no meio de semana, também pela Libertadores e, também na altitude, contra o América, na Cidade do México.

A única diferença é que após o primeiro jogo, em que vencemos o Botafogo, surgiu a ideia de poupar os titulares no jogo de meio de semana, pela Libertadores, para que não fosse colocado em risco o título estadual, e tudo caminhava para este desfecho até o momento que tomei conhecimento do fato.
Na realidade, apenas usei do direito, em se tratando de assunto institucional, de intervir.
Compete única e exclusivamente ao treinador escalar quem jogará na lateral, no gol, no meio ou no ataque. As escolhas individuais são, exclusivamente, dele. Agora, se entra em campo o time titular ou reserva, passa a ser um assunto institucional, portanto, da competência do dirigente.

Naquela época, o meu argumento foi simples: O Flamengo já havia conquistado trinta e três Campeonatos Estaduais e, apenas uma Copa Libertadores, além da diferença de benefícios futuros entre as duas competições. Portanto, nenhuma dúvida, se fosse o caso, em sacrificar o estadual em benefício da Libertadores. Apenas como detalhe, ganhamos os três jogos colocando em campo nossa força máxima.

Nesta semana que vem chegando, não pode ser diferente. Toda e qualquer decisão deve privilegiar a Copa Libertadores. Embora não seja uma fase de mata-mata como ocorreu naquela época, é bom não esquecer de dois temas importantes. Primeiro, temos que acumular o maior número de pontos, pois isto pode nos colocar na condição de, até a semifinal, fazer o segundo jogo em casa.
E, como detalhe principal, o lembrete de que a final desta Libertadores será no Maracanã, o que a reveste de incomum importância chegar lá.

Treinador escala. Dirigente dirige. Dá o rumo…