Página virada

Dunga e equipe comemoram o Superclássico das Américas. (Foto: Heuler Andrey -Mowa Press)

Dunga e equipe comemoram o título do Superclássico das Américas. (Foto: Heuler Andrey -Mowa Press)

Este jogo de hoje é o que se pode chamar do jogo da virada. Ganhar da Argentina, vice campeã do mundo que, recentemente sapecou 4 X 2 na campeã do mundo Alemanha, dentro da Alemanha, vira uma página trágica na história do futebol brasileiro.

Bom lembrar que a Argentina jogou completinha e, com Messi, o melhor jogador do mundo, querendo jogo. E, também bom lembrar que, independente da rivalidade, era uma competição oficial, competição esta, entre as duas maiores forças das Américas.

A primeira diferença entre esta seleção que vimos hoje e a que jogou a Copa do Mundo, está no coletivo. Curioso que, a Seleção Brasileira jogou hoje contra a Argentina, quase da mesma forma que a Argentina jogou contra a Alemanha, na final da Copa. A Alemanha venceu, como poderia ter perdido. Foi um jogo absolutamente igual, com as maiores chances de gol tendo sido da Argentina. Naquela oportunidade, quando todos apontavam a Alemanha como autêntica barbada, vimos um time argentino compacto, defendendo bem e no contra-ataque levando o time alemão ao desespero. Hoje foi igual. O time do Brasil jogou muito bem arrumado. Às vezes, quando atacado, defendendo com todos os jogadores dentro do seu campo e, quando tomava a bola, todos os que defendiam viravam atacantes. Time arrumado, com todos participando, pegando, o tempo todo.

Realmente, como a maioria dos brasileiros, não esperava a indicação de Dunga para treinador. Agora, não dá para deixar de reconhecer que este início da “nova era Dunga”, está superando todas as expectativas. No fundo, está vencendo a simplicidade. Primeiro, tentar fazer um reencontro do futebol brasileiro com as suas origens, valorizando o talento. Depois, fazer o óbvio que, parece simples, mas não é. Como por exemplo, na falta de um centroavante de ofício, encontrar uma solução alternativa. Voltamos a jogar com 11 jogadores. Na Copa, a inoperância de Fred fez com que em todos os jogos tivéssemos esta desvantagem numérica. Os outros entravam em campo com 11 jogadores e nós, com 10. Por ironia do destino, ou prêmio a uma sábia e óbvia decisão, Diego Tardelli foi o artilheiro do jogo com dois gols.

Não quero dizer que conseguimos apagar aquela vergonhosa derrota para a Alemanha por 7 x 1. Isto ficará marcado para sempre e, o único jeito de apagar este mico será devolver o mesmo 7 x 1 na Alemanha e, numa Copa do Mundo. Pelo jeito, jamais deixaremos de ter esta cicatriz, mas hoje, conseguimos virar esta página horrorosa.

Domingo de bons jogos pelo campeonato brasileiro, em que quase todas as atenções estarão concentradas no Maraca. O Flamengo vai definir se o final do campeonato será interessante, ou não. Vencendo, ou empatando, campeonato indefinido. Perdendo, Cruzeiro quase lá.

Um lindo domingo. O domingo das crianças.